A Casa do Povo da Vila de Prado situa-se na freguesia da Vila de Prado, num local privilegiado, adjacente a uma ponte romana com mais de 500 anos e junto ao rio Cávado.
Foi criada por iniciativa de particulares, no 20 de abril de 1943, com os seguintes Órgãos Sociais:
Direção
Presidente - Sr. Quirino Torres Soares
Secretário - Sr. Avelino Precioso
Tesoureiro - Sr. Augusto Oliveira
Mesa da Assembleia Geral
Presidente - Sr. Dr. Francisco António Gonçalves
1º Vogal - Sr. António Quirino Torres Sousa Lima
2º Vogal - Sr. Carlos Sousa
A partir de 1982, e de acordo com o Decreto-Lei n.º 4/82 de 11 de janeiro, as Casas do Povo passaram a ter o estatuto jurídico de pessoas coletivas de utilidade pública, de base associativa, tendo como finalidade o desenvolvimento de atividades de caráter social e cultural e a cooperação com o Estado e com as autarquias locais, com vista à resolução de problemas que afetem a população local.
Em 1998 as Casas do Povo foram equiparadas a uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) mediante o Decreto-Lei n.º 171/98, de 25 de junho. “São instituições particulares de solidariedade social as constituídas, sem finalidade lucrativa, por iniciativa de particulares, com o propósito de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos e desde que não sejam administradas pelo Estado ou por um corpo autárquico,…” (Decreto-Lei n.° 119/83, de 25 de fevereiro, artigo 1°).
 
História
Tal como se verifica com as restantes Casas do Povo que emergiram nos meios rurais de todo o país, a Casa do Povo da Vila de Prado era uma organização corporativa, de cooperação social e de enquadramento de trabalho não diferenciado, sendo composta não só por trabalhadores rurais e sócios contribuintes, como por proprietários que com eles conjugavam esforços, visando a defesa de interesses gerais.
Era, então, a expressão de um núcleo humano da freguesia rural com responsabilidades sociais.
Tinha como suas principais funções, a representação profissional dos trabalhadores agrícolas por conta de outrem, cooperação social, a previdência e assistência na saúde, a educação e, por fim, o fomento local.  
Assim, a Casa do Povo da Vila de Prado desenvolvia atividades de promoção social, cultural, moral, profissional e valorização física dos seus associados.
Inicialmente, a Casa do Povo da Vila de Prado abrangia as freguesias vizinhas de Santa Maria de Oleiros e São Miguel de Soutelo, passando na década dos oitenta a expandir os seus serviços para as freguesias da Lage e Atiães.
Atualmente, a área de residência não é uma limitação para ser sócio ou utente da Casa do Povo.
 
Atividades
A Casa do Povo da Vila de Prado, privilegiou desde os primeiros tempos, a área educativa nas suas atividades. Esta vertente focava dois polos, o desporto e o ensino.

Ensino:
Na década de 1950, com o intuito de combater o analfabetismo dos adultos, organizaram-se cursos noturnos, onde eram lecionadas aulas para lhes proporcionar formação.
Em 1982 a vertente educacional desta Instituição foi substancialmente reforçada com a criação de um Jardim de Infância. Esta resposta social começou com 40 crianças, com idades compreendidas entre os dois e os seis anos, sendo no presente frequentada por 95 crianças, distribuídas por quatro salas, que constituem o atual Ensino Pré-escolar da Instituição.
Em setembro de 1986 foi criada a resposta social Centro de Atividades de Tempos Livres (C.A.T.L.) com a finalidade de ajudar nos trabalhos para casa e promover atividades lúdico-pedagógicas em horário extraescolar e em período de férias escolares. Atualmente, esta resposta abrange perto de 80 crianças, com idades compreendidas entre os seis e os doze anos.
No começo de 2007, foi adquirido o edifício Casa das Escadinhas com vista a responder à necessidade social existente de apoio as famílias com crianças na primeira infância, uma franja etária quase sem apoio no sul do concelho. As obras de remodelação e modernização do edifício iniciaram no final de 2008, e a resposta social creche iniciou o seu funcionamento no ano letivo de 2009.
A capacidade atual da nossa creche é de 33 crianças, mas está já aprovado o projeto para a construção de um novo edifício com capacidade para 78 crianças entre os quatro e os trinta e seis meses.
A Casa do Povo oferece, há mais de duas décadas, aulas de música gratuitas para todas as crianças do Ensino Pré-escolar e a Sala dos dois anos da Creche.
Como atividades extracurriculares para o Pré-escolar, existem também as aulas de natação, lecionadas na Piscina Municipal de Prado, assim como aulas de inglês.
Entre outras atividades que têm existido no passado mas que já não se ministram na Casa do Povo, estavam as aulas de francês e as aulas de ballet.

Desporto:
Fundou-se um grupo de animação desportiva que lecionava desporto aos alunos da primária, de todas as escolas da Vila de Prado. Esta atividade não visava, exclusivamente, a promoção do exercício corporal, mas privilegiava, principalmente, a correção de posições e movimentos a que o organismo tendia a habituar-se. A iniciativa viria a ser posteriormente suspensa pelo Delegado Escolar, mas a importância do desporto continua presente nas atividades desenvolvidas com as crianças.
A Instituição promovia ainda, em colaboração com o Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres (INATEL), aulas de ginástica feminina para seniores em horário pós-laboral. Mas, lamentavelmente, devido ao COVID-19, tiveram que ser suspendidas.
 
Atividades Culturais:
Além do ensino e o desporto, a Casa do Povo foi dando grande apoio a diversas iniciativas locais, nomeadamente através da publicação de um jornal local, o Jornal da Vila de Prado, extinto em 2004 (com o nome de Jornal de Prado de 1988 a 1997).
Em maio de 2021, a Casa do Povo disponibilizou os exemplares do mesmo para fazer parte da AquaLibri - Biblioteca Digital do Cávado, um projeto desenvolvido pela Rede Intermunicipal de Bibliotecas de Leitura Pública do Cávado. Este projeto tem como objetivo a criação de uma plataforma digital de livre acesso, que integra o património bibliográfico e documental da região constituído pelas coleções dos Fundos Locais das seis bibliotecas municipais do Cávado e por coleções particulares e arquivos familiares, associativos ou outros, assim como, recursos de informação científica sobre a região, atualmente dispersos e nem sempre acessíveis. 
O Jornal é memória histórica da Vila de Prado e era distribuído a vários países do mundo via correio.
A Instituição tem prestado apoio, assim mesmo, ao professor José Fernandes Silva, autor da região, na publicação de livros de poesia e de música da sua autoria.

Previdência e assistência
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No campo da previdência, a partir da década de 1980, a Casa do Povo da Vila de Prado desenvolveu uma progressiva expansão de benefícios, abrangendo sócios efetivos (283) e sócios contribuintes (410), cuja situação económica se justificava, através da criação de um fundo de pensões de velhice e de subsídios pecuniários em caso de doença ou de morte do trabalhador.
 
Paralelamente, solidificou-se a assistência à sociedade envolvente, culminando com a implantação de um posto médico a cargo da Srª D. Maria Amélia Alves Santos. O posto médico prestou benefícios e serviços à comunidade até 1987, ano em que cessou a sua atividade.
 
Apoio à terceira idade:
No ano de 2004, a Casa do Povo de Vila de Prado apostou na terceira idade, criando uma nova resposta social, um Centro de Dia. Este tinha o intuito de diminuir o isolamento dos idosos através da realização de atividades e da convivência entre gerações. Embora apontasse um nobre objetivo, o Centro de Dia encerrou no mesmo ano da sua fundação devido à falta de adesão por parte dos utentes.
Atualmente, e com o intuito de apoiar aos idosos e acamados da zona sul do concelho de Vila Verde e assim incluir nos serviços da Casa do Povo da Vila de Prado a esta franja etária, está atualmente em criação a resposta social de Serviço de Apoio Domiciliário, com capacidade para 40 utentes.
 
Integração social e comunitária:
A Casa do Povo da Vila de Prado integra a Comissão Social Inter-Freguesias da Área Sul do Concelho, desde 2002, aquando da sua fundação. A Comissão abrange entidades públicas e privadas das freguesias de Cabanelas, Oleiros, Lage, Cervães, Soutelo e Vila de Prado, e foi inspirada pelo Programa da Rede Social, criada pela resolução do conselho de Ministros, de 19 de novembro de 1997. Esta Rede está baseada na responsabilização e mobilização do conjunto da sociedade e de cada indivíduo para o esforço da erradicação da pobreza e da exclusão social em Portugal,
Deste trabalho em parceria resultaram, a elaboração de um diagnóstico social e a fundação do Centro Solidário de Prado em 2008. O Centro Solidário nasceu das necessidades sentidas em termos de ajudas técnicas para as camadas mais desfavorecidas na população das freguesias pertencentes à Comissão. Assim através de um trabalho em parceria entre as diferentes instituições e a cedência de pessoal técnico das mesmas, o Centro Solidário disponibilizava ajudas técnicas (camas articuladas, cadeiras de rodas,...) às pessoas economicamente mais desfavorecidas.
A atual Loja Social de Prado deriva deste Centro Solidário.
A Casa do Povo colaborou também no abastecimento de água à população, criando um poço e um fontanário localizado em frente da Instituição.
A Casa do Povo da Vila de Prado é também membro cooptado do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas de Prado.
 
Por último, valorizando a tradição e a interação entre gerações a Casa do Povo da Vila de Prado, fundou no ano de 2007 o Rancho Folclórico da Casa do Povo da Vila de Prado, aberto a toda a comunidade.
 
Bens imóveis
De forma a responder ao apelo da Junta Central das Casas do Povo formulado em 1947, desenvolveram-se esforços em parceria com a Direção a fim de conseguir a aquisição do edifício Sede, que se encontrava em regime de arrendamento desde a sua fundação, o que sucedeu a 30 de setembro de 1969.
Em 2001/2002, o edifício foi alvo de avultadas obras de remodelação, de modo a melhorar as condições das instalações da Instituição.
Destas obras, inauguradas no dia 27 de julho de 2003, resultaram não só as melhorias dos espaços, quer internos quer externos já existentes, como também o acréscimo de uma lavandaria, duas garagens e um piso, que atualmente se destina à resposta social do Centro de Atividades dos Tempos Livres.
           
No começo do ano de 2007, assiste-se a uma expansão da área geográfica da Casa do Povo, através da aquisição do edifício conhecido por Casa das Escadinhas com vista a responder às necessidades sociais existentes, nomeadamente na primeira infância. As obras de remodelação e modernização do edifício iniciaram no final de 2008, rematando no 2009, com a abertura da resposta social Creche.
 
Em dezembro de 2021 culminou o processo de permuta de terrenos entre a Casa do Povo e a Câmara Municipal de Vila Verde, ficando após a mesma, o “antigo posto médico” em propriedade da Casa do Povo.
 
Ao longo dos anos, foram também adquiridos vários edifícios na zona nordeste da praça Comendador Sousa Lima (Casa do Brito), onde em breve será construído um novo prédio que albergará a nova creche com capacidade para 78 crianças, e o Serviço de Apoio Domiciliário, para 40 utentes.

Futuro
Atualmente, estão a ser estudados vários projetos para o prédio do antigo posto médico, nomeadamente, a mudança da resposta social C.A.T.L., assim como a criação de aulas para uso externo.
 
Os projetos da nova creche e da nova resposta social Serviço de Apoio Domiciliário, foram já aprovados, e serão, ambos, desenvolvidos dentro da componente C3 do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR); um programa de aplicação nacional e financiado pela Comissão Europeia através do pacote de recuperação económica NextGenerationEU.
A componente C3 (Respostas Sociais) pretende reforçar, adaptar, requalificar e inovar as respostas sociais dirigidas às crianças, pessoas idosas, pessoas com deficiência ou incapacidades e famílias, tendo em vista a promoção da natalidade, do envelhecimento ativo e saudável, da inclusão e promoção da autonomia e da conciliação entre atividade profissional e a vida pessoal e familiar e a coesão social e territorial.
 
Também no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, em junho de 2022 foi submetida uma candidatura, ainda em estudo, à componente C13 (Eficiência Energética em Edifícios de Serviços). Esta componente tem como objetivos reabilitar e tornar os edifícios energeticamente mais eficientes, potenciando o alcance de múltiplos objetivos, proporcionando inúmeros benefícios sociais, ambientais e económicos para as pessoas, as empresas e as entidades da Economia Social.
A Casa do Povo da Vila de Prado candidatou-se com o objetivo de mudar as janelas por umas energeticamente mais eficientes, bem como a instalação de painéis solares no edifício Sede.
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Poder-se-á concluir que a Casa do Povo da Vila de Prado mantém-se fiel aos propósitos que deram origem à criação destas instituições, adaptando-se no tempo às novas realidades sociais emergentes de modo a fomentar o desenvolvimento e o bem-estar de toda a comunidade local.
 
Existimos para servir
Cheias de 21 de Março de 2001
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